Memórias de um Sargento de Milícias
O livro Memórias de um Sargento de Milícias de Manuel Antônio de Almeida* é considerado um livro romântico, e o que define o fim desse estilo na literatura no Brasil. O mesmo foi publicado originalmente em folhetins de Jornal (algo que era muito comum na época, em meados do séc. XIX), entre 1852 e 1853. O livro não tem características muito comuns do romantismo, justamente por ser umas das últimas obras desse estilo e estar localizada cronologicamente em um período de transição (logo em seguida após a decadência do Romantismo viria a reinar o Realismo como estilo artístico predominante), como por exemplo: A Idealização da mulher, a valorização dos sentimentos etc.
A principal importância desse livro para a literatura brasileira além de ser o marco transitório de um estilo para o outro é ser considerado um retrato do passado da sociedade brasileira, que vivia nas grandes cidades da época. Ao longo da história do livro (as memórias biográficas de um Sargento de Milícias, seus amigos, parentes e inimigos), o autor nos apresenta diversos personagens estereotipados que seriam com representantes de suas classes sociais e profissões, como por exemplo, o personagem Leonardo-Pataca que é um meirinho (uma espécie de oficial de justiça da época), o mesmo tem diversas características psicológicas e físicas que eram de uma forma geral presentes nos meirinhos da época, da mesma forma que outros personagens secundários como, por exemplo, a primeira mulher do Leonardo-Pataca, uma saloia (indivíduo originário de uma região fronteiriça de Lisboa), que é apresentada no livro como promiscua. O mesmo se repete com clareza evidente em todos os personagens sem exceção no livro.
Por mais que Memórias de um Sargento de Milícias seja, a nosso ver, em certas passagens de sua história e apresentações de personagens, um pouco preconceituoso e tendencioso, é muito interessante por apresentar-nos um retrato fiel de como era a sociedade de nosso país a mais de 150 anos atrás, ou pelo menos de como um cidadão (mesmo sendo influenciado pelas tradições, tabus e ideias pré-concebidas de sua época) daquele tempo via a sua própria realidade.
* Manuel Antônio de Almeida, jornalista, cronista, romancista, crítico literário, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 17 de Novembro de 1830, e faleceu em Macaé, RJ, em 28 de Novembro de 1861. É o patrono da Cadeira n. 28, por escolha do fundador Inglês de Sousa.
Era filho do tenente Antônio de Almeida e de Josefina Maria de Almeida. Órfão de pai aos 11 anos, pouco se sabe dos seus estudos elementares e preparatóriosanonimamente e aos poucos, os folhetins que compõem as Memórias de um sargento de milícias, reunidas em livro em 1854 (1o volume) e 1855 (2o volume) com o pseudônimo de "Um Brasileiro". O seu nome apareceu apenas na 3a edição, já póstuma, em 1863. Da mesma época data ainda a peça Dois amores e a composição de versos esparsos.
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa
Gente, excelente texto. Tomem nota das dicas:
ResponderExcluir- Em "livro romântico, e o que define o fim", o último sintagma ficou confuso, poderiam utilizar "e fecha o capítulo desse estilo literário na Brasil".
- Em "O mesmo foi publicado originalmente em folhetins de Jornal" está tudo certo, no entando poderiam usar "a obra" no lugar de "o mesmo".
- Em "muito comuns do romantismo", sempre que se referirem ao estilo de época, não se esqueçam de iniciar com maiúscula, pois trata-se de um substantivo próprio (Romantismo).
- Em "logo em seguida após a decadência do Romantismo viria a reinar o Realismo", a oração "após a decadência do Romantismo" deve vir entre vírgulas.
- Em "brasileira além de ser o marco transitório de um estilo para o outro é ser", de "além de ser" até "outro" deve vir entre vírgulas.
- promÍscua
- Em "de nosso país a mais de 150 anos atrás", há dois erros. O "a" de "a mais de 150 anos" é verbo (HAVER), logo deve ser grafado com H (há mais de 150 anos); e não é necessário escrever a palavra "atrás" depois de 150 anos, uma vez que a a extrepessão já denota tempo decorrido, resultando assim numa redundância como em "subir pra cima", "descer pra baixo".
Excelente.
Nota:2,0 (vale=2,0)
Abraços,
Pablo
Valeu pelas dicas professor !!
ResponderExcluirola adorei o blog rs, preciso falar com vcs sobre um trabalho se possivel entre em contato atravez do meu e-mail: renatinho_hsm@hot...
ResponderExcluir